Uma coisa é certa: ninguém quer ser pego de surpresa diante de situações inesperadas, especialmente quando se trata de finanças. Por isso, montar uma reserva de emergência é um bom começo para lidar com possíveis imprevistos, garantindo sua tranquilidade nesses momentos.
A reserva de emergência é algo essencial da organização financeira. Tanto de pessoas que pretendem adentrar o mundo dos investimentos como daqueles que só querem manter suas finanças em dia. Ela pode ser uma boia salva-vidas em situações, como:
- Cirurgia de emergência;
- Demissão;
- Reparos inadiáveis no carro;
- Viagens inesperadas por motivos familiares.
Assim, o planejamento não é totalmente comprometido, porque você pode contornar o problema sem precisar sacrificar alguma das partes essenciais do seu estilo de vida para cobrir os custos provenientes da situação.
O ponto é: sem reserva de emergência você fica vulnerável. Se abala não só financeiramente, mas também emocionalmente diante de circunstâncias adversas. Inclusive, correndo o risco da ruína, porque o imprevisto pode fazê-lo entrar no vermelho ou precisar de empréstimos.
Portanto, continue a leitura e entenda por “A mais B” tudo o que envolve a reserva de emergência. Você vai aprender o que ela é, sua importância e os principais pontos da sua montagem. Confira!
O que é reserva de emergência?
Reserva de emergência ou financeira, nada mais é do que um valor guardado para eventuais necessidades que possam ocorrer. Diante do cenário de imprevisibilidade que a vida nos propõe, é essencial ter uma boa quantia de recursos financeiros para livrá-lo de momentos difíceis causados por situações inesperadas.
Dessa forma, montar uma reserva de emergência garante que seu poder de compra permaneça intacto, não interferindo em nada no seu estilo de vida, além de te trazer tranquilidade para que você possa gerenciar imprevistos com sabedoria.
Muitos brasileiros ainda não se comprometem com suas finanças como deveriam. A falta de disseminação da educação financeira no país, trouxe uma desordem cultural à população nesse sentido. Assim, poucas pessoas se preocupam em guardar dinheiro, considerando prováveis situações adversas.
Na realidade, a maioria gasta bem mais do que pode, afundando-se em dívidas e indo ladeira abaixo na sua vida financeira, seja por não conseguirem controlar seus impulsos de compra ou por não terem organização suficiente.
Não à toa, houve um aumento de 71% de pedidos de empréstimo em Dezembro de 2021 em comparação com o mesmo mês do ano anterior, sendo o pagamento de dívidas uma das principais razões para tal.
É claro que a pandemia da Covid-19 colaborou muito para o crescimento desse percentual, por conta das grandes dificuldades que impôs por praticamente dois anos. Ainda assim, nota-se a falta de preparo financeiro das pessoas para imprevistos desta magnitude.
Além disso, questões sociais também interferem na tentativa de muitos brasileiros de economizar ou guardar recursos, já que elas não possuem recursos o bastante para fazê-lo.
Contudo, a boa notícia é que essas pessoas estão buscando cada vez mais informações sobre meios de se protegerem financeiramente. Inclusive, em relação à reserva de emergência.
Os principais motivos de reservar um quantia para ocasiões inesperadas
Dada a definição do que é reserva emergência e o contexto brasileiro associado à ação, vale destacar os principais motivos que tornam o ato de guardar uma quantia extra para lidar com situações impensadas, tão importante para você.
Ainda que tenha ficado claro o papel da reserva de emergência para não ser pego de surpresa por algum problema que aconteça de forma repentina. Queremos esmiuçar ainda mais a necessidade de fazê-lo para manutenção do seu bem-estar e qualidade de vida. Acompanhe!
Suporte em períodos de crise econômica
Diante de uma crise econômica, você tem total segurança quando conta com um reserva emergencial. A qualquer momento pode acontecer uma nova doença pode surgir ou guerras estourarem, afetando fortemente a economia, causando o aumento de produtos e demissões em massa.
Assim, qualquer quantia extra disponível para manter tudo em ordem se faz essencial. A comida na mesa continua garantida, os planos para alcançar suas metas não sofrem tantos impactos e você se livra de realizar qualquer dívida para superar a dificuldade.
Liberdade para trilhar novos caminhos profissionais
A reserva de emergência também mostra seu valor quando você está prestes a realizar uma mudança de rota na sua carreira profissional. Trilhar novos caminhos requer cuidados com as finanças. Afinal, nunca se sabe se o que se planeja dará certo de fato.
Por isso, ter uma quantia reserva para eventuais necessidades neste período de incerteza e instabilidade financeira, é muito importante para não complicar sua situação.
Estabilidade emocional
Os motivos para se fazer uma reserva de emergência não se limita apenas à área financeira, pois o lado emocional das pessoas é beneficiado com esta ação. As dificuldades por si só trazem preocupação, estresse e inquietude. Então, quanto mais preparado você estiver para encará-las, mais estável seu emocional vai ficar.
A proposta da reserva emergencial torna os períodos turbulentos mais calmos para que você possa tomar decisões melhores, além de se adaptar mais facilmente ao imprevisto, garantindo sua tranquilidade e bem-estar.
Principalmente nos dias de hoje, a saúde mental e emocional é tão importante quanto os cuidados físicos. Vários problemas devastadores podem acontecer com a desatenção nessa parte mais interior do ser humano, como ansiedade, burnout e depressão. Portanto, antecipar situações inesperadas da vida, com soluções como a reserva emergencial, também te protege emocionalmente.
O que deve ser considerado para definir o valor da sua reserva
Dito isso, é hora de você entender como definir o valor da sua reserva de emergência. Para descobrir qual é a quantia ideal, será preciso considerar fatores que giram em torno das suas despesas fixas, como:
Emprego
Certamente, a perda de emprego é um dos principais fatores que colocam suas finanças em estado de alerta, já que a integralidade ou parte da sua renda total vem do trabalho que você exerce. Dessa forma, você deve levar em conta sua capacidade de adquirir rapidamente um novo emprego, para só então determinar o valor da reserva.
Contas a serem pagas
Todas as contas, parcelamentos e gastos fixos existentes, precisam ser considerados na definição da quantia financeira destinada à reserva de emergência. Caso aconteça de você ficar desempregado, por exemplo, os recursos necessários para pagar essas pendências precisam estar alocados na reserva.
Projeções de imprevistos
De fato, não há como prever um imprevisto, seria ilógico inclusive. Mas existem situações nas quais é possível projetar o que pode acontecer. Por exemplo, se você tem um carro, muito provavelmente terá que trocar peças ou realizar manutenções mais complexas, o que, às vezes, pode custar caro e te pegar despreparado.
Nesse sentido, você pode pensar em quais problemas financeiros possuem mais chances de acontecer e incluir suas projeções na conta para definir o valor ideal da sua reserva de emergência.
Tendência de descontrole no comportamento financeiro
Como enfatizamos no tópico “estabilidade emocional”, os tempos atuais exigem uma boa gestão da nossa afetividade, dos nossos sentimentos, para que possamos cumprir o que planejamos cognitivamente.
Assim também, é necessário analisar seu comportamento financeiro em diferentes períodos da sua jornada. Tendência de descontrole ou de má gestão das finanças devem ser incluídos na definição do valor da reserva. Dessa forma, ainda que você gaste mais do que o normal, a reserva continuará cobrindo todas as despesas essenciais durante seu tempo de uso.
Especialistas recomendam que o valor da reserva de emergência corresponda de 6 a 18 meses dos seus gastos mensais. Então, você terá que multiplicar o custo total de despesas pelo número de meses que pretende usá-la. A resolução deste cálculo será a quantia da sua reserva emergencial.
Detalhe: sua condição financeira não precisa ser um empecilho para montar a reserva de emergência. Você pode definir valores que cobrem menos de 6 meses para ganhar um fôlego diante de circunstâncias imprevistas e quando puder aumentar a quantia.
Caso você tenha dívidas em aberto, é preferível quitar os débitos antes de montar uma reserva, já que eles sofrem juros e poderão aumentar se você não prioriza o pagamento delas. Assim sendo, comece aos poucos a guardar dinheiro. Por menor que seja o valor, ele será benéfico em momentos inesperados.
Reserva de emergência: como montar a sua?
Uma vez que o valor da reserva de emergência esteja definido, você poderá direcionar toda a atenção para sua montagem, especialmente escolhendo o local onde você vai colocá-la.
É importante aplicar a quantia numa conta diferente da que você usa no dia a dia, em termos de organização, além de priorizar a liquidez como critério para definir onde quer investir.
Se o intuito da reserva de emergência é ser um valor disponível de imediato para situações inesperadas, seu foco não pode ser rentabilidade, pois esse último dificulta o saque, enquanto locais com liquidez mais elevada facilitam este processo. Portanto, veja abaixo 3 dos melhores locais para montar sua reserva.
1. Contas digitais
Embora seja melhor não usar uma conta bancária ou digital pessoal para guardar sua reserva de emergência, você pode criar outra conta, com uma boa taxa de CDI, para aplicá-la. O PicPay, por exemplo, oferece 120% de CDI para saldos de até R$250 mil, sendo uma ótima opção entre os bancos digitais e superior à poupança, que conta com apenas 100% de CDI.
2. Aplicações em CDB
Outro bom local para alocar sua reserva de emergência é o CDB. A opção é emitida pelos bancos, paga de 90% a 100% de CDI e possui liquidez diária para os usuários.
3. Tesouro Selic
Por fim, o Tesouro Selic se destaca como a melhor opção para reserva emergencial. Os títulos são emitidos pelo governo federal, o que garante uma alta segurança para quem investe, é possível retirar a quantia alocada no dia seguinte ao requerimento e a rentabilidade é diária Além disso, este local rende 100% da taxa básica de juros brasileiros, a Selic, não te trazendo nenhum risco de mercado.
Quando usar sua reserva de emergência
Vale lembrar que a reserva de emergência só deve ser utilizada para cobrir situações pontuais e que escapem do seu controle orçamentário comum. Caso contrário, o uso recorrente do valor desmanchará o propósito pelo qual a reserva foi montada, isto é, para circunstâncias emergenciais.
Em outras palavras, você não pode usar sua reserva emergencial quando quer, mas sim quando é necessário de fato. Então, nada de gastar o valor com viagens, pagamento de contas ou aquisições triviais. Despesas previsíveis devem estar inclusas na sua renda fixa, enquanto a quantia de urgência fica exclusiva para casos que realmente demandam sua utilização.
Conclusão
Portanto, a reserva de emergência é parte fundamental da organização das suas finanças. Seja para você que está começando a investir ou para quem só pretende zelar pela manutenção da sua saúde financeira, o fato é que ter dinheiro guardado te protege das situações inesperadas que acontecem com frequência nas nossas vidas.
Ser pego de surpresa, principalmente na área financeira, nunca é algo bom. Às vezes, os acontecimentos imprevistos podem culminar em situações mais desesperadoras, afetando inclusive o emocional das pessoas envolvidas.
Não há exemplo melhor disso do que a pandemia da Covid-19 que acometeu o mundo em 2020. Quem tinha reserva emergencial conseguiu se adaptar melhor à nova realidade, mas quem estava despreparado nesse sentido, demorou mais para se recuperar do golpe repentino que foi o vírus.
Então, não deixe de garantir sua tranquilidade financeira emocional. Reserve a quantia necessária para as despesas de um tempo específico e impeça que os imprevistos arruínem todo o planejamento da sua vida!
